sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Sobre a Covid-19, a variante Ômicron, diferenças nos tratos respiratórios e Evolução

Estou pensando em uma coisa sobre a afinidade da variante Ômicron às células do trato respiratório superior.

ATENÇÃO: Isto é uma ESPECULAÇÃO, e está abaixo de uma hipótese científica, e ainda mais abaixo de uma teoria científica. Não tenho conhecimento, nem meios para testar esta especulação. Em momento algum estou dizendo que a Ômicron é mais branda, como explico no final.

Alguns testes de cultura (in vitro), segundo vi de divulgadores científicos, apontaram que a variante Ômicron do SARS-CoV-2 tem mais afinidade com o trato respiratório superior do que com os pulmões.

De onde surgiu isso? Não a afinidade, pois isto é evolutivamente já explicado. Um vírus capaz de se espalhar rapidamente tende a dominar. Mas de onde surgiu esta diferença celular entre o trato respiratório superior e o inferior?

Parece que uma forte infecção viral do trato respiratório superior, tal como parece acontecer com a variante Ômicron, facilita em muito o contágio.

E se o trato respiratório superior e o inferior fossem iguais, tivessem a mesma afinidade com um vírus? Este vírus altamente contagioso seria simplesmente catastrófico, pois causaria danos graves por todo o aparelho respiratório.

E se os serem humanos em algum momento de sua evolução, ou alguns dos seus ancestrais, tivessem as células do trato respiratório superior e inferior muito parecidas, fora algumas exceções individuais (por mutações)?

Agora imagine que surgiu uma epidemia (ou mais de uma, ou muitas) de vírus respiratório. Este vírus pode evoluir para ser mais contagioso, se multiplicar mais rapidamente, e a infeção do trato respiratório superior pode ser importante para o contágio, e o inferior para o desfecho negativo.

Os poucos indivíduos que tivessem o trato respiratório inferior com afinidade aos vírus diferente do superior (e diferente dos outros indivíduos) teriam uma vantagem diante da pressão evolutiva criada por este(s) vírus. Teriam mais chance de sobrevivência, e melhor qualidade de vida por terem menos sequelas em relação os que tivessem afinidades iguais. Portanto deixariam mais descendentes.

Mas poderia ter um vírus com afinidade ao trato respiratório inferior destes que tem diferentes afinidades?

Sim, claro, mas no início, já que estes indivíduos eram raros, estes vírus teriam pouca capacidade de se espalhar, e depois, quando a diferença de afinidade se tornasse algo comum, ele seria menos contagioso, pois a afinidade ao trato respiratório superior é mais importante para o contágio.

Esta mudança evolutiva pode ter feito com que muitas doenças contagiosas se tornassem menos graves, e criado uma "escolha evolutiva" para os vírus. Ou ele "escolhe" em causar mais danos, ou ser mais contagioso, e neste caso a evolução tente a favorecer o contágio.

Outra consequência desta evolução pode ser a diferença, as particularidades, que existem no sistema imunológico do trato respiratório superior em relação ao resto do corpo. Se partes do corpo sofrem ameaças diferentes, a evolução pode levar a tratar de forma diferente, mais eficiente localmente.

Assim vacinas contra a gripe podem impedir as consequências mais graves, mas não impedem completamente a infeção do trato respiratório superior.

Aliás, as vacinas contra a Covid-19 foram criadas para salvar vidas, para atuar sobre o efeito sistêmico do vírus, o que realmente leva a óbito e a muitas das sequelas graves, mas como o trato respiratório superior tem diferenças no sistema imunológico, a vacina não atua completamente nele.

Então pessoa completamente vacinada pode pegar e espalhar Covid-19, mas normalmente será menos grave para ela, pois terá menos efeitos sistêmicos e no trato inferior do aparelho respiratório. E o sistema imunológico do trato superior agirá mais rapidamente, se livrando mais rapidamente do vírus e diminuindo a capacidade de contágio.

Vi notícias falando de vacinas inaláveis, que assim atuariam diretamente no trato respiratório superior e nas particularidades de seu sistema imunológico, podendo assim evitar a infecção por completo, mas desconfio que serão incapazes de substituírem completamente a vacina injetável.

Então a variante Ômicron é mais branda? Não necessariamente, e ainda é muito cedo para se saber. A Covid-19 NÃO é uma doença respiratória comum. Ela é uma doença sistêmica atacando muito as paredes internas dos vasos, o coração, o cérebro etc. O aparelho respiratório é gravemente afetado porque o SARS-CoV-2 costuma entrar no corpo por ele, e começa a por lá a infeção.

E esta mudança de afinidade com as vias respiratórias superiores pode gerar afinidades com outras células que existem no nosso corpo, gerando complicações ainda desconhecidas, e complicações únicas para a variante Ômicron.

Então todos os cuidados ainda são válidos e necessários, aliás, mas válidos e necessários do que nunca antes, pois estamos diante de uma variante bem diferente, muito mais contagiosa, e não totalmente conhecida.

PS: Podem ter erros aqui, além de ter muita especulação. Também tem muitas informações baseadas em estudos muito recentes, e não completamente confirmados/replicados. Não sou especialista na área. Sou só alguém que conhece ciência acima da média, com uma mente curiosa, imaginativa e lógica, e que consome muito conteúdo sobre ciência.