Existem pessoas que definem a liberdade de diversas maneiras, e existem diversos tipos de liberdade. Mas toda liberdade deve ter limites, pois pode oprimir e prejudicar outras pessoas. Certas "liberdades" nunca devem existir para que realmente exista liberdade.
Os dois lobos
Existe uma fábula na qual um índio velho e sábio conversa com um índio muito jovem. O velho começa falando:
- Todos nós temos dois lobos internos em constante luta. Um bondoso, cordial, pacífico, altruísta, sábio, cooperativo etc. O outro é malvado, agressivo, rancoroso, ardiloso, cheio de ódio, egoísta, predatório.
- E qual deles ganha? - Pergunta o jovem índio.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
domingo, 21 de outubro de 2018
Críticas a um vídeo apócrifo
Dias atrás recebi por um grupo no WhatsApp um vídeo que parece ser um destes que circulam entre grupos da direita.
Me senti revoltado ao assistir, pois vi além do vídeo, além da mensagem que ele queria passar. Eu vi criticamente a forma e vi criticamente o conteúdo.
Na pesquisa para montar a crítica descobri um programa social que não sabia que existia, o Minha Casa Melhor. Ele permite aos contemplados pelo programa Minha Casa Minha Vida, mobiliar a casa com alguns móveis novos, ou para completar a mobília. Ambos são programas de financiamento com facilidades e juros baixos, justamente para pessoas de baixa renda. Não são doação como o vídeo faz transparecer.
O governo não está dando dinheiro aos pobres. Ele está criando financiamentos, portanto tem que ser pagos. Isto o vídeo não deixa claro, e usa o verbo "ganhar" o tempo todo, que confunde as pessoas que não conhecem estes programas sociais.
E pode-se dizer que o programa Minha Casa Melhor tem múltiplos efeitos secundários. Ele a aquecer a demanda por produtos industrializados, com exigência de produção nacional em alguns itens. Ele também ajuda a diminuir a demanda por energia elétrica incentivando a troca por eletrodomésticos por modelos econômicos (Veja a exigência de eficiência energética).
O contemplado por este programa não recebe o dinheiro. Ele recebe um cartão que permite a compra de alguns produtos de uma lista, com limitação de modelos e de valores.
Um incauto, uma pessoa não crítica, pode cair na mensagem deste vídeo. Uma pessoa que já esteja no processo de manipulação vai cair neste vídeo.
Acredito que este seja um, de muitos, vídeos divulgados no WhatsApp pelo pessoal de direita para aliciar e enganar eleitores, para enganar as pessoas e aumentar o ódio e o preconceito contra pobres e programas sociais etc.
Esta foi a minha primeira edição de vídeo, então resolvi ser simples, e usar somente textos. Os tempos podem estar curtos para ler as críticas, então pode ser necessário dar pausa para ler.
O vídeo pode ser visto aqui. E também abaixo:
Me senti revoltado ao assistir, pois vi além do vídeo, além da mensagem que ele queria passar. Eu vi criticamente a forma e vi criticamente o conteúdo.
Na pesquisa para montar a crítica descobri um programa social que não sabia que existia, o Minha Casa Melhor. Ele permite aos contemplados pelo programa Minha Casa Minha Vida, mobiliar a casa com alguns móveis novos, ou para completar a mobília. Ambos são programas de financiamento com facilidades e juros baixos, justamente para pessoas de baixa renda. Não são doação como o vídeo faz transparecer.
O governo não está dando dinheiro aos pobres. Ele está criando financiamentos, portanto tem que ser pagos. Isto o vídeo não deixa claro, e usa o verbo "ganhar" o tempo todo, que confunde as pessoas que não conhecem estes programas sociais.
E pode-se dizer que o programa Minha Casa Melhor tem múltiplos efeitos secundários. Ele a aquecer a demanda por produtos industrializados, com exigência de produção nacional em alguns itens. Ele também ajuda a diminuir a demanda por energia elétrica incentivando a troca por eletrodomésticos por modelos econômicos (Veja a exigência de eficiência energética).
O contemplado por este programa não recebe o dinheiro. Ele recebe um cartão que permite a compra de alguns produtos de uma lista, com limitação de modelos e de valores.
Um incauto, uma pessoa não crítica, pode cair na mensagem deste vídeo. Uma pessoa que já esteja no processo de manipulação vai cair neste vídeo.
Acredito que este seja um, de muitos, vídeos divulgados no WhatsApp pelo pessoal de direita para aliciar e enganar eleitores, para enganar as pessoas e aumentar o ódio e o preconceito contra pobres e programas sociais etc.
Esta foi a minha primeira edição de vídeo, então resolvi ser simples, e usar somente textos. Os tempos podem estar curtos para ler as críticas, então pode ser necessário dar pausa para ler.
O vídeo pode ser visto aqui. E também abaixo:
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Fãs do Bolsonaro, votem no Haddad
Sim, vocês, homens fãs do Bolsonaro, deveriam votar o Haddad. Se vocês pararem de me xingar, e lerem, vão entender.
Imagine o Bolsonaro como presidente. Ele já deixou claro que mulher deveria ganhar menos, ele mesmo disse "Eu não empregaria com o mesmo salário.". Então ele afrouxa a fiscalização.
Como resultado, muitas empresas demitirão os homens e contratarão mulheres, pois poderão economizar dinheiro. E entre contratar um homem ou uma mulher, contratarão mulheres.
Ou seja, o índice de desemprego entre os homens, vai aumentar vertiginosamente, e poderá ter pleno emprego para as mulheres. Os homens vão acabar com os empregos mal remunerados e ruins.
Ou seja, esta política na qual o Bolsonaro concorda vai atingir em cheio o seu principal eleitorado, os homens.
Agora a notícia é pior ainda se você é casado, especialmente com filhos. A sua esposa vai se tornar o chefe da casa. Ela vai sair para trabalhar, e você terá que ficar em casa lavando louça, fazendo comida, cuidando das crianças, lavando roupa, fazendo faxina etc.
"Isto não é papel de homem. É mulher que tem que cuidar da casa."
Você vai exigir que ela faça dupla jornada? Você sabia que 89% das Bolsas Família são pagas às mulheres, e por isto muitas meteram pé na bunda dos homens? Se ele é um inútil, só está dando gastos, para que ter ele por perto.
Ou seja, ou você vira dona de casa, engolindo o seu machismo, ou vai dormir debaixo da marquise, ou voltar para a casa dos pais, isto se o seu pai não levou um pé na bunda também.
Imagine a revolução feminista causada pelo antifeminista.
Imagine o Bolsonaro como presidente. Ele já deixou claro que mulher deveria ganhar menos, ele mesmo disse "Eu não empregaria com o mesmo salário.". Então ele afrouxa a fiscalização.
Como resultado, muitas empresas demitirão os homens e contratarão mulheres, pois poderão economizar dinheiro. E entre contratar um homem ou uma mulher, contratarão mulheres.
Ou seja, o índice de desemprego entre os homens, vai aumentar vertiginosamente, e poderá ter pleno emprego para as mulheres. Os homens vão acabar com os empregos mal remunerados e ruins.
Ou seja, esta política na qual o Bolsonaro concorda vai atingir em cheio o seu principal eleitorado, os homens.
Agora a notícia é pior ainda se você é casado, especialmente com filhos. A sua esposa vai se tornar o chefe da casa. Ela vai sair para trabalhar, e você terá que ficar em casa lavando louça, fazendo comida, cuidando das crianças, lavando roupa, fazendo faxina etc.
"Isto não é papel de homem. É mulher que tem que cuidar da casa."
Você vai exigir que ela faça dupla jornada? Você sabia que 89% das Bolsas Família são pagas às mulheres, e por isto muitas meteram pé na bunda dos homens? Se ele é um inútil, só está dando gastos, para que ter ele por perto.
Ou seja, ou você vira dona de casa, engolindo o seu machismo, ou vai dormir debaixo da marquise, ou voltar para a casa dos pais, isto se o seu pai não levou um pé na bunda também.
Imagine a revolução feminista causada pelo antifeminista.
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
O trabalhador assalariado em negação
Estamos
numa sociedade na qual o trabalhador é considerado descartável (O que não é novidade.), e o
trabalhador considera o emprego trocável (Isto é mais novidade.). Então os trabalhadores não lutam para que o
emprego melhore, e sim, ficam sonhando em trocar por um trabalho melhor. Não existe uma lealdade, uma afeição grande ao trabalho, e aos colegas de trabalho.
Isto é sinal do individualismo do trabalhador. Do cada um por si.
Isto sabota o sindicalismo, pois o sindicalismo depende de uma identidade de grupo, de coletividade, de classe.
Estes trabalhadores não se tocam que dificilmente conseguirão emprego melhor se os patrões não tiverem que competir por mão de obra, e isto só acontecerá com taxas baixas de desemprego, tal como acontecia no final do primeiro governo da Dilma.
Com taxas altas de desemprego as ofertas de trabalho pioram, tanto em condições de trabalho quanto de salário, e podem ficar escassas.
Sem esta noção, de que a troca de trabalho nestas condições é ilusão, este trabalhador se torna capaz de votar (nas eleições) em quem o oprime, quem piora a sua situação, e até de sabotar quem o defende. É incapaz de se unir com outros para exigir melhorias no trabalho. Etc.
Mas este individualismo é cultivado de diversas formas, e muitas passam por desconscientizar de que ele é trabalhador, que ele é funcionário. No processo usam algumas "palavrinhas mágicas", como "colaborador" etc. E criam a falsa impressão de liberdade, de que não é funcionário, de que não é trabalhador assalariado etc. Criam a ilusão até de que é empresário, contratando-o como Pessoa Jurídica.
Acho que muitos da Classe Média caíram nesta ilusão. Assim são incapazes de reconhecer o que realmente são, trabalhadores assalariados em muitos casos, e votam em quem defende patrão, com a sensação de que vai defendê-lo. Falam mal de sindicatos, de partidos que os defendem, ficam do lado de quem os oprime.
Até profissionais liberais, que tipicamente são de classe média, caem nisto, e podem acabar sendo massacrados por grandes empresas, que inadvertidamente defenderam e incentivaram, diretamente ou indiretamente.
Isto é sinal do individualismo do trabalhador. Do cada um por si.
Isto sabota o sindicalismo, pois o sindicalismo depende de uma identidade de grupo, de coletividade, de classe.
Estes trabalhadores não se tocam que dificilmente conseguirão emprego melhor se os patrões não tiverem que competir por mão de obra, e isto só acontecerá com taxas baixas de desemprego, tal como acontecia no final do primeiro governo da Dilma.
Com taxas altas de desemprego as ofertas de trabalho pioram, tanto em condições de trabalho quanto de salário, e podem ficar escassas.
Sem esta noção, de que a troca de trabalho nestas condições é ilusão, este trabalhador se torna capaz de votar (nas eleições) em quem o oprime, quem piora a sua situação, e até de sabotar quem o defende. É incapaz de se unir com outros para exigir melhorias no trabalho. Etc.
Mas este individualismo é cultivado de diversas formas, e muitas passam por desconscientizar de que ele é trabalhador, que ele é funcionário. No processo usam algumas "palavrinhas mágicas", como "colaborador" etc. E criam a falsa impressão de liberdade, de que não é funcionário, de que não é trabalhador assalariado etc. Criam a ilusão até de que é empresário, contratando-o como Pessoa Jurídica.
Acho que muitos da Classe Média caíram nesta ilusão. Assim são incapazes de reconhecer o que realmente são, trabalhadores assalariados em muitos casos, e votam em quem defende patrão, com a sensação de que vai defendê-lo. Falam mal de sindicatos, de partidos que os defendem, ficam do lado de quem os oprime.
Até profissionais liberais, que tipicamente são de classe média, caem nisto, e podem acabar sendo massacrados por grandes empresas, que inadvertidamente defenderam e incentivaram, diretamente ou indiretamente.
domingo, 7 de outubro de 2018
A armadilha número 2 da China
O Japão era
um país arrasado no pós guerra. De uma potência industrial ele tinha se
tornado um país subdesenvolvido, empobrecido. Era uma boa fonte de mão
de obra barata. Isto atraiu indústrias. Mas o país tinha também uma
experiência industrial, o que pode ter ajudado.
Vendo
oportunidades de negócio com tecnologia o Japão se desenvolveu e ganhou
um papel importante na indústria eletrônica mundial. Em boa parte foi
por causa do boom do transístor. Pode-se falar que o rádio transistorizado foi um dos símbolos deste desenvolvimento.
Existe
até uma lenda de que, quando alguns japoneses estavam negociando o uso
da tecnologia do transístor, um dos americanos perguntou para os
japoneses para que eles queriam aquilo. A resposta foi "Para fazer
rádios de bolso.". Nisto os americanos caíram na gargalhada. Poucos anos
mais tarde quase todos os moradores dos EUA tinham um rádio de bolso
japonês.
No filme 1941
tem uma cena que faz alusão a isto. Depois de não conseguirem fazer um
rádio valvulado passar por uma escotilha do submarino, um japonês fala
para outro "Temos que miniaturizar isto.".
A
mão de obra barata do Japão no pós guerra, mais a cultura industrial que
tinham antes, podem ter ajudado a reindustrializar o Japão e torná-lo uma
potência econômica e tecnológica em algumas décadas.
Mas o
Japão era limitado. É um país pequeno, em uma área pequena, montanhosa
em boa parte, com uma mão de obra numericamente não muito significante a
nível mundial, e com grandes deficiências de matéria prima e fontes de
energia.
A China, por outro lado, tem muita
mão de obra, e barata por diversos motivos, inclusive por diferença
cambial. A China tem quase 20% da população mundial. A China tem uma boa
parte da matéria prima que precisa, uma grande área geográfica, grandes
fontes de energia (A Hidrelétrica das Três Gargantas é um exemplo disto.). Então a China pode empregar um modelo parecido
com o Japonês do pós guerra, mas em uma escala bem maior. E assim o fez.
Boa
parte da produção industrial do Mundo migrou para a Ásia, especialmente
para a China. Na gana de produzir barato, usar mão de obra barata,
grandes escalas de produção etc, muitos países passaram por uma
desindustrialização. Fábricas foram fechadas e suas produções foram
migradas para a China. Alguns produtos novos, pois tivemos um novo boom
de tecnologia nos últimos anos (Smart Phones são um exemplo disto.),
praticamente não foram produzidos fora da China.
Como
uma indústria costuma depender de outras indústrias, as fábricas fora
da China que não foram fechadas podem ter passado a depender de
produções de peças na China. As fábricas de onde elas compravam peças e
insumos podem ter fechado, ou ela mesmo decidiu por comprar peças e
insumos mais baratos produzidos na China.
A competição típica do capitalismo pode ser a sua vantagem e a sua desvantagem, e até mesmo a sua ruína.
A China teve um grande crescimento econômico nas últimas décadas explorando isto tudo.
Aqui está a primeira armadilha. Concentrar muito da produção em um lugar.
Em 2011 uma grande inundação atingiu um parque industrial na Tailândia. Muitas fábricas foram inundadas. E, mesmo as não inundadas, tiveram sua produção afetada por diversos motivos, desde ficarem isoladas até seus fornecedores serem inundados. Entre as consequências estão falta de HDs no mercado, atraso de lançamento de produtos novos etc. Se os HDs acabassem no mercado os computadores não poderiam mais ser vendidos.
Em 2011 uma grande inundação atingiu um parque industrial na Tailândia. Muitas fábricas foram inundadas. E, mesmo as não inundadas, tiveram sua produção afetada por diversos motivos, desde ficarem isoladas até seus fornecedores serem inundados. Entre as consequências estão falta de HDs no mercado, atraso de lançamento de produtos novos etc. Se os HDs acabassem no mercado os computadores não poderiam mais ser vendidos.
Com
a China se tornando virtualmente o parque industrial do Mundo, um dia
ela poderá ditar o preço dos produtos. Se ela aplicar sanções comerciais
a um país, este país terá sérios problemas para adquirir uma série de
produtos, e terá que adquirir através de atravessadores de outros
países, o que encarecerá. Fábricas de automóveis, que são espalhadas
pelo mundo, poderão paralisar, pois muitas peças vem da China.
E assim se consolida a primeira armadilha. As indústrias do mundo estão nas mãos da China.
E a segunda armadinha?
Se
você usa algo que você não tem o controle, não sabe como é produzido,
como funciona, não tem como saber se ele está realmente fazendo o que
deve fazer, e como deve fazer. Não tem como saber se está fazendo algo a
mais.
Os defensores do Software Livre falam
muito disto. Um Software Fechado não lhe permite auditar, criticar como
ele é feito etc. Desenvolvedores de Software Fechado podem colocar
código de espionagem dentro dos programas e será difícil de auditar para
saber que ele existe. O Software Livre pode ser auditado, e pode ser
instalado à partir do que foi auditado.
Durante a Guerra Fria a CIA teve a ideia de modificar as fotocopiadoras nas embaixadas da União Soviética para fotografar todos os documentos
que passassem por elas. E aparentemente depois não se restringiram à
elas. O uso de equipamento fabricado, e mantido, por empresas dos EUA
criou uma grande vulnerabilidade de segurança.
Agora, a ideia atingiu outro nível.
Placas
mãe de milhares de servidores pelo mundo, que foram fabricadas na
China, foram modificadas para introduzir um chip extra para espionar quem usasse este servidor.
Isto
faz pensar. Quantas outras placas mãe foram modificadas para isto? Tem
de outros fabricantes? E os notebooks e computadores de mesa? E os
celulares, já que 90% dos celulares do Mundo são fabricados na China.
Será que é assim que começa uma Guerra Fria cibernética. E uma guerra cibernética real? Imagine em um ataque a um país boa parte da infraestrutura e das comunicações pessoais são desativadas?
Será que é assim que começa uma Guerra Fria cibernética. E uma guerra cibernética real? Imagine em um ataque a um país boa parte da infraestrutura e das comunicações pessoais são desativadas?
Sim, colocar os outros países para fabricar as suas coisas, se abster de dominar a tecnologia da qual depende, é muito perigoso.
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