domingo, 29 de novembro de 2020

Pessoa Jurídica e negação de sua condição

Estava pensando o porquê de muitos da classe média gostarem de trabalhar no regime de PJ (Pessoa Jurídica) e veio uma coisa na minha cabeça.
Pode ser uma forma de negação.

Como ele tem uma empresa (mesmo que seja de fachada, do "eu sozinho") no aspecto legal, ele se sente empresário, se sente superior aos outros.

E isto esconde o que ele realmente é, um reles assalariado, um trabalhador comum que vende a sua mão de obra em troca de um salário.

E o contratante dele, conscientemente ou não, se aproveita algumas vantagens disto, como a impossibilidade deste trabalhador formar sindicatos para pressionar por melhorias, da impossibilidade de ter greve etc, pois o trabalhador não se reconhece como trabalhador.

Também se aproveita da precarização, como a possibilidade de demitir sem aviso prévio, poder contratar sem férias, sem décimo terceiro, sem licença maternidade, sem risco de ser processado na justiça do trabalho em caso de abusos patronais etc.

Eu já falava que o "ganho a mais de salário" do PJ era ilusão. Depois desta reflexão passei a ter mais certeza ainda que é ilusão.

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