segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Defendendo uma criança ateia

Esta tenho que compartilhar enquanto está fresco na minha cabeça. Aconteceu a menos de meia hora atrás, no trem.

Atrás de mim estavam sentados uma mulher e um homem, e cada um tinha um menino no colo. O que me pareceu mais velho, talvez uns 5 ou 6 anos (Eu não sei bem adivinhar a idade de crianças.) fala com a mãe:

- Eu não acredito em deus.

E a mãe fala:

- O que é isto meu filho?

Ela não mostrou raiva, mas em um tom amoroso que indicava que o que ele disse era errado.

Então intervi:

- Eu também não acredito.

E continuei:

- Crianças nascem sem acreditar em deuses. Elas são ensinadas a acreditar, e cada cultura tem seus deuses e ensinam seus filhos a acreditarem neles.
- No nossa cultura ensinam a acreditar em deus, os hindus ensinam a acreditar em seus deuses. No Egito antigo ensinavam a acreditar em seus deuses e por um tempo, no tempo do pai de Tutankamon e do Tutankamon acreditaram no deus sol. Os vikings acreditavam em Odin e Thor .

Os pais ficaram quietos, mas da posição que eu estava eu via melhor a mãe e este menino. O menino escutava com atenção. A mãe parece ter escutado. Não falou nada contra ou a favor.

Falei pouco, falei basicamente isto que relatei.

Pouco depois a mulher fala para o homem:

- Vamos saltar.

Não sei se era a estação dela, ou ela quis saltar para sair do trem, se afastar de mim. Talvez estivesse chocada.

Por um lado fiz mal em "desautorizar" a mãe dele, ou melhor, mostrar que ela poderia estar errada, que pode existir mais coisa do que uma religião, mas quis mostrar que ele estava certo, que poderia estar certo. E quis que a opinião dele não fosse simplesmente suprimida, reprimida.

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