quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Uma crítica a um argumento armamentista

Um dos argumentos mais falsos usados pelos defensores de armas é que se todos andarem armados, ninguém agride ninguém, ninguém assalta ninguém etc. Se todos andarem armados, ou pelo menos, se muitos andarem armados e as pessoas não tiverem certeza quem está ou não armado, ninguém vai agredir o outro, assaltar etc.

Este argumento é bem falso. O assalto pode se tornar um assassinato seguido de saque ao corpo, isto é, atira primeiro e pega as coisas depois, inclusive a arma. Também tem quando o ego fala alto - e com alguns fala alto facilmente, especialmente quando este está armado - muitos não pensam que o outro pode estar armado.

E pensando neste argumento me lembrei que já vi isto antes. Ele é baseado em uma doutrina militar da Guerra Fria, a Mutual Assured Destruction, abreviada como MAD, que é uma das palavras em inglês para loucura, o que, ironicamente, a autodefine.

Ou seja, uma situação permanentemente tensa, sem paz real. E durante o período de Guerra Fria nenhum dos dois lados atacou diretamente o outro, mas fizeram guerras, incentivaram guerras e conflitos etc, paralelos. Isto já é um argumento para duvidar desta forma de "paz".

Os que usam este argumento para defender o livre posse armas não levam em conta que, por muito pouco, e em diversas vezes, esta Guerra Fria quase aqueceu. Existem listas de situações conhecidas onde quase isto aconteceu, como esta lista. Basta pesquisar por quase guerra nuclear para ter uma lista. Não duvido que tenham tido outras vezes que quase aconteceu, mas não foram divulgadas. Isto mostra quanto a MAD é perigosa e instável.

O filme Jogos de Guerra, de 1983, explora isto, o risco de guerra nuclear, e a loucura que é a MAD.

Existem casos de grupos de traficantes enfrentarem outros grupos, inclusive de invasão de territórios, e ambos pesadamente armados. Isto também mostra a fragilidade do argumento.

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