sábado, 13 de julho de 2019

Sabotagem à apresentação do Glenn Greenwald na FLIP 2019

Um grupo de extrema direita (fascistas?) sabotou a apresentação do Glenn Greenwald na FLIP 2019.

Dias antes este grupo já tinha começado convocando a manifestação, inclusive em grupos de Facebook relacionados a Paraty sem relação com política. Alguns dos resultados desta campanha deles foi a divulgação da ida do Glenn Greenwald à Paraty (Obrigado. Foi assim que eu soube da presença dele na FLIP.) e a expulsão deles de alguns dos grupos por violação de regras.

Chegaram a espalhar cartazes pela cidade.

Sim, erraram o nome, mas isto não é importante.

Para a imprensa anunciaram que a manifestação teria 500 pessoas. Chegou a sair na imprensa (Diário do Centro do Mundo, Carta Capital, Folha etc (Podem informar mais nos comentários para eu poder atualizar aqui.)), e foi uma propaganda muito negativa para Paraty.

Eles foram autorizados a se manifestarem do lado oposto do rio Perequê-Açú, para não se juntar ao pessoal do evento, mas mesmo assim foram para atrapalhar. Eles não estavam lá para protestar, e sim, impedir que o Glenn Greenwald falasse. Levaram fogos, que soltavam sobre o rio em direção do evento, e  uma picape com grandes caixas de som para abafar o som do outro lado do rio. Eles queriam impor a "verdade absoluta que eles infantilmente acreditam" à força. Eram quase como uma tropa dos Camisas Negras ou da SA, mas MUITO menos organizados.

Durante meia hora eles ficaram com som alto e fogos para abafar o evento, e depois calaram o som e os fogos. O evento começou e eles recomeçaram na fala do Glenn Greenwald.

São o tipo de pessoa que quer ganhar a discussão (e não fazer a discussão) no grito, na força, e não nos argumentos. Se acham donos da "verdade absoluta", e por isto tem mais do que o direito, e sim, o dever de impor ela aos outros. Talvez seja o único modo que veem como fazer isto, já que os argumentos deles são pífios, insustentáveis, e são incapazes de admitir que estão errados.

Tentaram fazer volume com muitas bandeiras, parecer que eram mais do que realmente eram, tal como os tanques infláveis usados em diversas ocasiões, inclusive na Segunda Guerra Mundial.

Momento que lançaram um dos fogos. Observe o volume de pessoas, e de bandeiras. Poucas pessoas e muitas bandeiras.

Mas a realidade foi bem diferente. A manifestação deles foi vazia, com pouca gente. O que pude contar rapidamente nas fotografias não chegava a 40 pessoas, nem de perto da quantidade de pessoas prometida.

Esta é a picape mencionada no texto, com as caixas de som apontadas para o evento. Note que a maioria das bandeiras nesta foto está fincada, sem ninguém para segurá-las.

Esta foto dá uma ideia da quantidade de manifestantes presentes. Muitas bandeiras fincadas. Não juntaram gente nem para ocupar a margem do rio. A picape está no canto esquerdo da foto.

O repertório musical foi curioso. Muito Hino Nacional. Tocaram também "Que país é este", que é uma música de protesto contra a ditadura militar brasileira. Muita gente riu nesta hora, e isto gerou uma postagem do Twitter do Gregorio Duvvier. Eu já estava vendo a hora em que iam tocar "Pra não dizer que não falei de flores". O hino dos manifestantes foi "Pavão Mysteriozo", que também é uma canção crítica à ditadura militar, que era de extrema direita. Isto mostra que eles não sabem nem a história do próprio movimento político que participam, e não pesquisam antes de usar símbolos e músicas.

Esta direita vive em um conto de fadas, em uma historinha de heróis perfeitos (que uma vez foi Aécio Neves, depois Eduardo Cunha, Japonês da Federal etc, e o Moro é só um deles), e não admitem que esta história seja contestada, mesmo que tenham que usar a força, a truculência etc, para isto. E foi isto que tentaram fazer.

Eles parecem creditar piamente nas mentiras contadas pelo Pavão Misterioso no Twitter.

Talvez tenham cansado de perder heróis abatidos em batalha pela realidade, e por isto que se agarram tanto a estes. Talvez porque dói muito ter acreditado tanto em alguns heróis e depois ter a sua crença neles destruída pela realidade. Talvez tenham algum problema no desenvolvimento que cria a necessidade de ter heróis absolutos, perfeitos.

Felizmente eles não são muitos, mas infelizmente são uma minoria barulhenta, e perigosa.

Repercussão

Saiu uma nota sobre o postagem do Twitter do Gregorio Duvivier por eles terem tocado "Que país é este?".

Outra nota do Diário do Centro do Mundo noticia a manifestação falando do número irrisório deles.

Saiu uma nota no site do O Globo sobre esta "manifestação".

A matéria da Folha foi muito boa, inclusive com a fala de um dos manifestantes ameaçando o Glenn de morte. Ela expõe bem o pensamento dos dois lados

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