quinta-feira, 23 de setembro de 2021

"Sem eficácia comprovada" x "Com ineficácia comprovada" - Sobre tratamento precoce.

Ainda se usa o termo "sem eficácia comprovada" para o dito "tratamento precoce", que alguns defendem para os pacientes de Covid-19, composto por cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina etc, mas acho isto um erro.

Cientificamente está correto dizer isto, pois a ciência já fez experiências que não comprovaram algo, mas depois, em experiências melhor elaboradas, mais precisas, com equipamentos melhores, este algo foi comprovado. O Bóson de Higgs é um caso clássico. Previsto muitas décadas antes de ser provada a existência, e neste tempo ele ficou "sem comprovação científica", melhor dizendo, "sem comprovação experimental". As ondas gravitacionais, previstas por Albert Einstein passaram mais tempo ainda sem comprovação experimental, e foi provado que elas existem.

Mas existem casos nas quais as experiências já provaram, praticamente acima de qualquer dúvida, que algo não existe, não funciona etc. Precisaria uma experiência muito excepcional, uma prova muito excepcional, que pudesse ser verificada e replicada por outros, para mudar o consenso. A existência do "Ether", meio no qual se propagaria a luz, é um destes casos.

Acho que o "tratamento precoce" atingiu o nível do Ether, o de comprovadamente não existente, que não funciona, no consenso científico.

Mas muitos dos defensores do "tratamento precoce", por ignorância e/ou má fé, criam falácias sobre o termo "sem eficácia comprovada", dizendo: que ainda vão provar a eficácia; que estão ignorando as provas que funcionam; que não foi comprovado, mas vai ser etc.

Eles falam, e repetem, isso por um conjunto de motivos não mutuamente exclusivos, tal como: má fé, fanatismo político-religioso, adestramento, ignorância, estupidez, imbecilidade, necessidade (até a um nível patológico) de acreditar em alguma cura, desconhecimento de como funciona a ciência etc.

A verdade é que se tem, acima de qualquer dúvida razoável, a certeza que este "tratamento precoce" não funciona, a ponto que podemos usar a expressão "com ineficácia comprovada", pois isto tira qualquer margem para interpretação errada que alguns estão dando.

Por isso que defendo o uso do termo "com ineficácia comprovada" para o "tratamento precoce". Ou, se quiser melhorar cientificamente, 'com ineficácia comprovada acima de qualquer dúvida razoável".

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